quarta-feira, 12 de maio de 2010

Reportagens e comentários sobre o DNA (3)

Foto: Divulgação Vercillo

"Sempre houve prosperidade no meio do caos”, detecta o carioca Jorge Vercillo ao lançar D. N. A., seu oitavo álbum solo, que marca nova etapa em sua carreira. “Acho que é uma questão de sintonia, de você acreditar, de você buscar um caminho diferente. Não diferente por ser diferente. A força, no caso das coisas que consegui, é por acreditar muito e gostar muito do que faço, de ser muito fã de trabalho. Enfim, deste momento de que gosto muito, tenho certeza, outras pessoas vão gostar também”, acrescenta Vercillo. Ele revela que adora se ouvir. “Só não gosto muito de me ver”, diverte-se o cantor, compositor e instrumentista. Além da estreia na Sony Music com o novo disco, ele inicia as atividades do estúdio caseiro batizado com o nome do sogro, Paulo Emílio, poeta e também compositor.

Com Me transformo em luar já sendo trabalhada no rádio, Jorge Vercillo faz de D. N. A. uma espécie de continuidade dos álbuns anteriores, mesclando o assumido apelo popular a canções de caráter, digamos, mais elitizado. Prova concreta disso são os convidados do disco: Milton Nascimento, na bela faixa de abertura, Há de ser; a cantora Ninah Jo em Memória do prazer, parceria de Jorge com a mulher, Gabriela Vercillo; e Filó Machado em Arco-íris, parceria dos dois. O CD anterior, Todos nós somos um, já trazia as participações de Marcos Valle e de Guinga, delineando um caminho a seguir.

“Meus discos sempre tiveram algumas músicas densas e outras mais acessíveis diante da linha da MPB”, concorda Jorge. “Neste momento, isso está ficando mais visível. Talvez por parte do próprio disco, por parte do conceito, dos arranjos e dos convidados, que também induzem a isso. Na minha opinião, é porque as pessoas estão vendo de forma diferente mesmo. Quando você aparece fazendo MPB jovem, que sai do gueto e vai para a rádio popular, como foram Que nem maré e Monalisa, passa para as pessoas que se trata de um artista popular. Mas, na verdade, todos os grandes nomes da MPB tiveram sua fase popular: Milton Nascimento, com Coração de estudante, Canção da América, Caçador de mim e Nos bailes da vida; e Chico Buarque, com A banda”, lista Vercillo.

PRECONCEITO

O cantor e compositor diz sentir preconceito em relação a seu trabalho. “Há o patrulhamento de que quem faz MPB não pode fazer música popular. A MPB tem de ser para poucos, mas discordo disso. O que acontece na minha música? A melodia vem primeiro. Então, talvez, algumas sejam mais fáceis de assimilar”, explica. Além da faixa de trabalho, Me transformo em luar, na qual mistura MPB, rhythm & blues e charme, em D. N. A. Jorge apresenta o samba Verdade oculta, “que, além do refrão forte, tem uma segunda parte dissonante e letra meio iniciática, meio maçônica. Por isso até incluí um glossário no encarte do CD”, esclarece.

Dudu Falcão (Cor de mar), Jota Veloso (O que eu não conheço), Max Viana (Caso perdido), Alexandre Rocha (Por nós) e Ana Carolina (Um edifício no meio do mundo, já gravada por ela) completam as parcerias de Vercillo no novo disco. A turnê de lançamento de D. N. A. já começou. No fim de semana o cantor se apresentará no Rio de Janeiro.

Mais um no Clube

Há de ser, faixa que Jorge Vercillo divide com Milton Nascimento, traz clima “todo mineiro”, segundo o compositor. “Mineiro do Clube da Esquina. Um clima rude: tem uma tribo indígena no início, tem arranjo de cordas à la Wagner Tiso. Ela é meio cinematográfica”, descreve Jorge.

Ele cita o samba autobiográfico Tudo que eu tenho, do disco anterior, em que fala das referências musicais – Milton já aparecia ali. “Ele adorou, ficou emocionado e assim nós nos conhecemos. Há pessoas da família dele que são fãs do meu trabalho. Milton começou a conhecê-lo mais, virando fã também. Ficamos muito próximos e, assim, foi possível esse encontro agora”, relata Jorge.

Outra surpresa do novo disco é a cantora paranaense Ninah Jo, radicada no Rio de Janeiro, que divide com ele a interpretação de Memória do prazer. “Ela é fantástica. Não se trata de garotinha bonitinha. Ninah tem carisma e charme, mas está fora desses padrões. Na minha opinião e na de muita gente, ela é uma cantora de verdade”, conclui. Ninah participou do espetáculo Ópera negra – O alabê de Jerusalém, de Altay Veloso.

Fonte: http://www.divirta-se.uai.com.br/

Um comentário:

  1. andreia mesquita saldanha de oliveira14 de maio de 2010 às 19:16

    Boa noite,
    Participei do show em Salvador no teatro Castro Alves e adorei,sou fã incondicional do jorge.Tenho deficiência visual e o meu maior sonho é tirar uma foto com vc no próximo show na área verde do Othon em Salvador dia 12 de Junho.Sabendo do retorno desde já agradeço o contato.Meu nome é Andreia Mesquita Saldanha de Oliveira,resido em salvador meu numero é 71 3379-9394 e faço aniversario próximo domingo dia 16 junho queria receber uma mensagem sua.meu email é luzdoser@gmail.com

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